ACRANE: ASSOCIAÇÃO CULTURAL RAÍZES NORDESTINAS
OFICINAS DE SISTEMATIZAÇÃO ORGANIZADAS POR IVA MELO E DANIELA ALEXANDRE
PROJETO DE FORMAÇÃO PELA EXPERIMENTAÇÃO EM MANEJO DA CAATINGA —
SERTÃO SERGIPANO
Participações:
Elenilda Amaral (Coordenação);
Júlia;
Sueli dos Anjos;
Milleny dos Anjos;
Marquis dos Anjos;
Jean;
José Cícero;
Geovânio;
Adília;
Ramielli Rafael;
Daniela Bento;
Iva Melo;
Jacqueline Araújo;
Rafaela Alves.
POEMA SETESSILÁBICO DE 6 VERSOS
1. E agora minha gente
Escute com atenção
No meio dessa caatinga
Tem gente de Lampião
Cangaceiro, valentia!
E herói do nosso sertão.
2. Eu sai do meu sertão
Pra ir morar na cidade
Mas quando cheguei por lá
Eu vi foi muita maldade
Peguei me saco de roupa
Voltei pra felicidade
Júlia
3. E agora minha gente
Preste muita atenção
O aquecimento chegando
Para acabar com a nação
De um povo tão querido
Do nosso lindo sertão
Sueli dos Anjos
4. Vou falar pra essa gente
Escute com educação
Eu resido na caatinga
Digo isso com emoção
E jamais tenho vergonha
De ser do Alto Sertão
Milleny dos Anjos
5. Raízes é meu futuro
Caatinga é minha poesia
Eu quero aprender rima
Fazer verso todo dia
E falar dessa caatinga
Com bastante harmonia
Marquis dos Anjos
6. Caatinga sergipana
Caatinga brasileira
Caatinga nordestina
Caatinga hospitaleira
Caatinga de Lampião
Terra da classe vaqueira.
Jean
7. Não desmate a caatinga
Onde andou Lampião
Tem o vaqueiro valente
O caçador com seu cão
E tem a moça bonita
Que só se vê no sertão.
José Cícero
8. O manejo da caatinga
Plano de restauração
Criado para ajudar
Toda a população
Que pretende restaurar
A nossa vegetação
Geovânio
9. Se acontecer um dia
De minha flor se perder
Quero que fique bem claro
Isso que eu vou dizer
Que a minha bela caatinga
Eu jamais vou esquecer.
Adília
10. Natureza mãe querida
Quando dá uma chuvada
Tudo ligeiro enverdece
Saindo logo a florada
E a alma da caatinga
Fica toda animada
11. E agora minha gente
Um minuto de atenção
Pra um dilema atual
Caatinga e degradação
O Nordeste do Brasil
Chorando por essa ação
12. O manejo da caatinga
É de grande inovação
Unindo produz, preserva
O povo em formação
Técnicos qualificados
Muda a vida do sertão
Ramielli Rafael da Silva
13. Existem poucas espécies
Na caatinga de agora
Sem angico, baraúna
Chora fauna, chora flora
Com pouca diversidade
Fugiu da mata a caipora
14. Lembro quando era criança
Da beleza do pau d’árco
Lá na margem da lagoa
Seu rosado feito arco
Quando lembro dessa cena
Meus olhos se fazem charco
Daniela Bento
15. Isto é o fim do mundo
Digo a todo sergipano
Se esquecer da aroeira
Pra se produzir um ano
O futuro não resiste
O presente é desengano
Sem histórias pra contar
Na sombra do umbuzeiro
Criança não vai brincar
A geração sem memória
Não pode valorizar
17. As fontes que vão secando
Tudo a desaparecer
Sementes que vão sumindo
E o povo a esquecer
Da incrível ‘mata branca’
Que um dia se viu crescer
18. Lembro o tempo de menina
No sertão do Ceará
Tinha umbu com fartura
Tinha também o juá
Hoje já falta o umbu
E ninguém come juá
Vindo de todo lugar
Pra preservar a caatinga
E também não desmatar
Que na mata preservada
Também se pode criar
20. Boi, jumento e carneiro
O plantio de feijão
Milho, andu, mandioca
Não visa à destruição
Trabalhando com cuidado
Aumenta-se a produção
21. E assim eu acredito
No Sergipe ou Ceará
Com manejo da caatinga
É possível se mudar
E essa mata divina
O povo vai preservar
Iva Melo
22. Neste Instante me lembro
Dos momentos de menina
Eu brincava de boneca
De baixo da quina-quina,
A jurema nossa casa
Eita vida nordestina!
23. O balanço no umbuzeiro
Galinhas comendo milho
Pai alimenta os carneiros
Nos olhos se via o brilho
Interessante que hoje
Quero o mesmo pro meu filho
24. Manejar uma caatinga
Me traz a recordação
De ver lenta caminhada
Para recuperação
Da nossa linda caatinga
Cenário do meu sertão
25. Caatinga que tem catenga
Teiú, peba, camaleão,
Valentia de caititu
Que tem dente de leão
Não me esqueço do preá
Presente no meu sertão.
Jacqueline Araújo
26. Me inspira Sertão querido
Me dá força pra falar
De tudo que tens de belo
Que nos ajuda a sonhar
Com outro mundo possível
Continuo a caminhar
27. Falar do que acredito
Já é difícil demais
Sonhos, desejos, histórias
Faz confusões destinais
A minha alma confusa
Se lembra dos animais
28. Das belezas do sertão
Nem sempre posso falar
A emoção dá destino
Ao pensamento em lugar
A esperança faz lembrança
Nesse sertão vou ficar
29. Minha Caatinga conheço
Hoje parece chorar
Suas entranhas de vida
Vêem progresso chegar
Fica incerto o futuro
Do povo desse lugar
30. O povo que faz memória
Lembra com muita saudade
De tudo que aqui tinha
Vive na infelicidade
Por saber que nessa terra
Há mentes sem sanidade
Rafaela Alves
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